Sem festinhas, idas aos restaurantes, exibição de ‘look do dia’ ou aquela maquiagem matadora, os influenciadores digitais também foram afetados – e muito – pela quarentena durante a pandemia do novo Coronavírus. Não foram somente as empresas que precisaram se atualizar na velocidade da luz, o marketing de influência também precisou mudar o foco e o aprendizado foi geral.
Uma análise feita durante o mês de março com mil perfis brasileiros do Instagram que mais comentaram sobre o assunto revelou aumento de interações, o que significa que os influenciadores digitais têm aproveitado a pandemia para expandir suas publicações. Segundo a pesquisa, quem publicou sobre a COVID-19 aumentou em 1,2 sua taxa de engajamento.
A plataforma Influency.me divulgou em outra pesquisa que 49% dos brasileiros reavaliaram seus gastos e 71% desses usuários afirmaram que pretendem aumentar o volume de compras online, mas o mercado dos influenciadores digitais não segue esta tendência: 71% afirmaram que a demanda de trabalho havia diminuído.
Mesmo com o aumento do tempo online pelo fato das pessoas estarem em home office, muitos perfis perderam contratos. Somente no Brasil, o uso da Wi-Fi cresceu em 8,1%. Por outro lado, sem viagens, demonstrações de produtos e presença em eventos, as marcas e empreendimentos preferiram conter as despesas e congelar ou encerrar os trabalhos com os influencers.
Não é preciso ir muito longe. Shopping centers de Santa Catarina, que permaneceram fechados por algumas semanas, cancelaram com todos os influenciadores digitais que já eram parceiros. Lojas e prestadores de serviços também precisaram recuar. São vários os cases.
Mas, no meio de tudo isso, como se diferenciar e tentar manter os projetos? Com base nos materiais da Influency.me, plataforma especialista em influenciadores digitais, destacamos quatro pontos:
- Esteja atento ao que está em alta, já que neste momento tudo muda rapidamente. Agora, é a vez das lives, seja cultural, cursos, dicas ou diário da quarentena. Vai que acontece um patrocínio no meio do caminho?
- Foque em conteúdos que tragam soluções para as pessoas. Tutoriais e conselhos sobre bem-estar, saúde ou auxílio psicológico. Não é o fim da influência, é o resgate do verdadeiro sentido de influenciar.
- Envolva-se em alguma causa social, a exemplo da Ambev, Grupo Boticário, LVMH, existem vários bons exemplos de empresas que produziram álcool em gel para doar, arrecadaram alimentos para montar cestas básicas.
- Pense nas ações também offline, pois o público está mais criterioso e a forma de consumo mudou. Hoje, a conexão entre o seguidor e o influenciador ocorre por valores e interesses, onde é necessário mais profundidade nos assuntos.
Um exemplo dessa relação é a polêmica que ocorreu com influenciadora fitness Gabriela Pugliesi. Ela – mesmo depois de já ter contraído a COVID-19 – deu uma festa em sua casa e perdeu 10 dos seus 15 patrocinadores por furar a quarentena e colocar outras pessoas em risco. Além disso, perdeu mais de 150 mil seguidores e acabou desativando sua conta. E não foi só ela, a Mariana Saad, que esteve no evento, também foi atingida pelos cancelamentos.
Não esqueça: o público tem poder perante os influenciadores digitais. Não são eles que ditam as regras, eles precisam seguir um planejamento de conteúdo que agrade os seguidores e gere engajamento. Neste momento, todo cuidado é pouco.
A equipe da Primeira Via é especialista em estratégia para o marketing de influência, se quiser, nos chame para um papo.